13 de outubro de 2019

Especial Entrevista: Priscila Camargo

Teatro: Conto da Terra dos Mil Povos
Priscila, atriz apaixonante que nosso país acolhe, sentiu o gosto pela arte de interpretar no colégio, através dos exercícios de uma professora. Sentiu, começou a fazer teatro e não parou mais. Na novela “Sonho Meu”, a nossa Camargo deu vida à simpática Polaca, dona do bar da Rua das Flores, em Curitiba, onde todos os acontecimentos da história eram discutidos. Vamos comemorar totalmente com Priscila o aniversário da atriz, aos 13 de outubro, conversando sobre a sua carreira e as vidas que ela já teve na ficção.
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(Em fotos de André Pinnola)
IZAN SANT – Dona Helena, ex-mestra sua, teve uma participação essencial na sua decisão de virar atriz. Como aconteceu isso, Priscila? 
PRISCILA CAMARGO – Foi no ginásio, no Colégio Fernão Dias Paes, em São Paulo. Ela era professora de Português, e propunha peças de literatura teatralizadas. Fizemos sucesso com o Poema “Juca Pirama”, de Gonçalves Dias. Dali despertou em mim a vontade de ser atriz, que só se concretizou uns anos mais tarde. Mas esse foi o primeiro passo.
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Aniversário com os pais Tereza e Antônio
IZAN – Na TV Globo, você estreou no programa humorístico Planeta dos Homens, em seguida veio o Viva o Gordo. Por causa dessas experiências iniciais em comédia, você lida mais facilmente com o humor? Ou não, é com o drama? 
PRISCILA – Tenho jeito com a comédia. Sou bem engraçada (Risos.). Mas acho que prefiro os dramas. Tenho natureza dramática e me realizo mais vivenciando emoções verdadeiras, e quanto mais dramáticas, melhor!
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Com Stênio Garcia no "Planeta dos Homens" (Foto: Arquivo Pessoal PC)
IZAN – Vamos falar de Sonho Meu! O que representaram você ter estado nessa lindíssima história e ter vivido a Polaca?
PRISCILA – Foi muito bacana. A novela era ótima e eu era dona de um Bar mesmo, onde eu também cantava. Tive a chance de cantar músicas de Guilherme Arantes e Ivan Lins. Um luxo! E ali também recebi um presente do autor, que aproveitou o meu casamento com o ator Carlos Alberto, e nos fez namorados no final da novela. Mas antes teve que recuperá-lo, porque ele era “do mal”! Foi muito bom e acabou ficando um registro dessa relação.

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Em "Sonho Meu", com Elias Gleizer (Arquivo PC)
IZAN – Você é muito experiente. Nessa novela, como foi atuar com a pequena Carolina Pavanelli (6 anos), da nova geração de atrizes de 1993? E outra: você gostaria que Sonho Meu fosse reprisada?  
PRISCILA – A Carolina era muito talentosa e profissional. Foi um prazer trabalhar com ela. E era muito doce. E “Sonho Meu”, reprisada? Claro que sim! Puxa, seria uma alegria! A novela era linda! E muitos amigos já não estão mais aqui. Seria muito bom rever esse momento.

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"A Lei do Amor", com a diretora Natália Warth, Mila Moreira e Camila Morgado
IZAN – Vamos fazer um passeio por suas personagens em algumas novelas. Quem eram elas e como você as via. A Otávia Prado, de Ciranda de Pedra, em 1981?
PRISCILA – Foi a melhor e mais rica personagem que fiz em televisão. Cheia de nuances. Ela era má e boa, ao mesmo tempo. Era sensual e livre! Fazia o que queria, enfrentava o pai e a sociedade. Ela era demais! Foi um presente para mim.


"Ciranda de Pedra", com Eva Wilma, Lucélia Santos, Edson Celulari e Sílvia Salgado (Arquivo PC)
IZAN – A Mirtô, de Final Feliz, no ano seguinte à Ciranda de Pedra, e a Alice, de Direito de Amar (1986)?
PRISCILA – Já a Mirtô era presa, tímida, com baixa estima, reprimida. Mas, aos poucos, ela foi crescendo. E acabou aprendendo a lidar com a enteada, que fazia dela “gato-e-sapato”! Fiz sucesso nessa novela. Com o marido Adriano Reis e a filha, linda atriz, Ana Magdalena, que hoje é também cantora. "Direito de Amar" foi marcante na minha vida. Novela também de época, que adoro!!! Ela era repressora das irmãs e dela mesma. Até que se apaixonou pelo Rômulo Arantes!  Mas, como tinha um segredo do passado, que vai revelar nessa paixão, sofre muito, até ser compreendida pelo amor. Claro, era 1900. Momento difícil e de muito preconceito. Mas ela tem um final feliz. Nessa novela, no meio dela, sofri um acidente de carro importante e quase morri. Esse acidente mudou a minha vida e, indiretamente me abriu portas, e me fez tornar uma “Contadora de Histórias”!

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Com Rômulo Arantes em "Direito de Amar" (Arquivo PC)
IZAN – E sobre a Yolanda, de Quem É Você? (1996) e a Dora, de Paraíso Tropical (2007)?
PRISCILA – A Yolanda era uma mulher fútil e aparentemente despreocupada. Mas, a partir de descobrir a traição do marido, ela se reinventa e se torna uma pessoa útil para si mesma e para todos. Foi bacana viver esse processo e tive oportunidade de fazer lindas cenas, bem dramáticas! Adorei fazer! A Dora foi uma Participação. Uma Mãe que chega para resolver problemas com os filhos. Seria só dois ou três capítulos, mas acabei ficando 10! Foi minha primeira novela das nove!

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Novela "Paraíso Tropical" (Arquivo PC)
IZAN – Três novelas da Maria Adelaide Amaral: você interpretou a Valdete em Tititi (2010), a Nancy, Sangue Bom (2013) e a Suely, A Lei do Amor (2016). Sobre elas?
PRISCILA – A Valdete foi uma surpresa e um presente da Maria Adelaide. Ela me proporcionou voltar às novelas após onze anos de ausência. Foi muito legal esse retorno e o meu núcleo era maravilhoso: Murilo Benício, Regina Braga, Hilda Rebello e a Direção de Jorge Fernando. E reviver esse sucesso de público foi muito bom para nós! A Nancy, de “Sangue Bom”, era a secretária competente, levemente apaixonada pelo patrão. Ela teve uma vida um pouco fora da trama principal, mas tive oportunidade de contracenar com grandes amigos, como Edwin Luisi e Marco Ricca. A Suely, de “A Lei do Amor”, foi especial porque proporcionou uma discussão sobre as drogas e suas consequências, mesmo não podendo aprofundar muito. Muitas cenas foram cortadas, porque realmente o tema não é nada agradável, mas muito real. Adorei trabalhar com a Cláudia Raia, que é uma grande pessoa e com o ator que fez o meu filho, que continuamos com uma relação carinhosa de mãe e filho até hoje, o Daniel Rocha. A novela foi um sucesso e o elenco todo era maravilhoso! Fora o texto da Maria Adelaide e do Vicent Villari e dos Colaboradores deles, como a Letícia Mey, Álvaro Ramos e a Direção da Denise Saraceni, primeira vez que trabalhei com ela e com a Nathália Grimberg. Foi muito bom!
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Escritório fictício, "A Lei do Amor" (Arquivo PC)
IZAN – Que tal foi encarnar a Míriam, de A Vida da Gente, de 2012, e qual peça teatral mais realizou você?
PRISCILA – A Míriam foi uma Participação curta. Fiz a mãe da Bia Arantes, que era principiante e fazia uma vilãzinha que precisava de limites. Fui e consertei! Quanto ao Teatro, ele sempre me preenche mais do que a TV. As peças mais importantes que fiz foram: “A Resistência”, ‘A Volta Por Cima”, “Direita Volver”, “Intensa Magia’, e as minhas como Contadora de Histórias: “Caldeirão de Histórias”, ‘Histórias da Mãe África’, ‘Polegarina e Outras Histórias”, “Histórias de Medo”, para crianças, e “Boca a Boca – A Antiga Arte de Contar Histórias I e II’, e ‘Contos da Terra dos Mil Povos’, para adultos. Falar temas que estão me interessando, que me tocam, é o que mais me realiza. Histórias que tocam o coração e a alma das pessoas.
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Contando Histórias Para Crianças: "Histórias de Medo" (Arquivo PC)
IZAN – Quem é a Contadora de Histórias Priscila Camargo, com exatidão?
PRISCILA – Contar Histórias tem a ver com a minha alma. Com a minha necessidade de fazer algo a mais com a arte. Conto histórias de ensinamento. Lendas, mitos e histórias que falam ao coração e à alma das pessoas. É um trabalho também educativo, para curar e tocar a alma.
IZAN – Uma frase marcante sobre os Direitos Humanos!
PRISCILA – Gostaria que não precisássemos falar tanto em Direitos Humanos! Gostaria que os homens estivessem mais evoluídos e mais respeitosos dos seus iguais.
IZAN – Você é uma mulher extremamente bonita. É bastante vaidosa?
PRISCILA – Agradeço o seu elogio. Acho que sou um pouco vaidosa, sim. Mas localizo isso como “ossos do ofício”, algo que temos que ser, pela natureza da profissão. Acho também que já fui mais. A idade vai nos dando uma permissão que acho muito boa. Sou o que sou. Mas gosto de parecer bem, e me cuido também. E não tenho intenção de fazer plástica.

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Aniversário de amigos, colegas na arte (Arquivo PC)
IZAN – Na encantadora arte da atuação, quais foram suas maiores inspirações?
PRISCILA – São muitas. Desde Fernanda Montenegro, Eva Vilma, Antônio Fagundes, Eva Todor, Marco Nanini, Marília Pera, Nathália Timberg... muitos!
E ainda Ingrid Bergman, Mary Streep, Deborah Kerr, Shirley Maclaine, Juliette Binoche, Jeanne Moreau. Marcelo Mastroiani, o maravilhoso Antony Quinn e Marlon Brando! Adoro os filmes antigos.

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Aniversário com Regina Braga. Tititi (Arquivo PC)
IZAN – Quem é a Priscila Camargo, mesmo?
PRISCILA – Me considero uma buscadora. Estou sempre em busca de me conhecer e aprender. Fiz a faculdade de teatro, no ano passado, após 41 anos de profissão. E agora estou fazendo Pós-Graduação em Direção Teatral. Estou sempre em busca de uma nova linda história, para incluir em meus espetáculos. Estou também em busca do amor e prezo muito as amizades. Família e amigos são o melhor da vida. Peço bênçãos Divinas para continuar a realizar o meu trabalho e ter uma vida digna e feliz, fazendo felizes as pessoas que se aproximam de mim.
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Ano do Brasil em Portugal, Teatro Bairro Alto (Arquivo PC)
IZAN – Priscila, foi um prazer entrevistá-la, você é uma profissional nota 1.000! Obrigado. Mas agora, fechando com chave de ouro, uma mensagem super do Bem aos seus fãs e aos nossos leitores!
PRISCILA – Eu é que agradeço a sua atenção e interesse. Penso que devemos sempre seguir nossos sonhos e não desistir nunca! Pode demorar um pouco, porque o tempo de Deus é outro, mas sempre acontece!
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(Foto: André Pinnola)
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