IZAN SANT – Feliz e/ou com aquele frio na barriga, mesmo sendo a superatriz que é?
SYLVIA BANDEIRA – O frio na barriga existe sempre. Feliz, sim, de
estar exercitando o que sei fazer, que é atuar, sinto imenso prazer com esse
trabalho que tem encantado e emocionado um público das mais diversas idades. E
também jamais vou me sentir “superatriz”, senão deixo de ser atriz e fico
colhendo ilusórios louros.
IZAN – Interpretar Marlene é um
grande desafio, pois ela era bem à frente do seu tempo.
SYLVIA – É impressionante como passado um século, ela
continua absolutamente moderna e antenada na coerência da vida que levou.
IZAN – Iniciar o espetáculo vivendo a
personagem aos 90 anos e ir rejuvenescendo, isto é muito interessante. Como foi
seu laboratório, neste sentido?
SYLVIA – O nosso diretor William Pereira me fez
entender a lentidão dos movimentos na idade avançada, num trabalho de filigrana.
IZAN – Figurino, cenário, atuação
elogiados ao quadrado. Sem modéstia, o que representa para você tais
avaliações?
SYLVIA – Mais do que os elogios, o que mais nos encanta é dar prazer, é o aplauso e o entusiasmo do público.
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IZAN – Há algum ritual que faz antes
da maquiagem, de se vestir ou de entrar no palco?
SYLVIA – Os atores e músicos ficam de mãos dadas e
fazemos uma corrente de energia, nos desejando mutuamente muita sorte e foco.
IZAN – Sylvia Bandeira e Marlene Dietrich:
ao menos, uma semelhança.
SYLVIA – Temos muito em comum e, claro, muitas
diferenças. Difícil destacar apenas uma. Quem sabe o fato de que sou brasileira
e tenho a malemolência do latino-americano, e ela, de origem germânica, tem uma
certa rigidez de alguns países europeus.
IZAN – Uma frase de Dietrich que
jamais esquecerá?
SYLVIA
– São tantas, difícil escolher.
Talvez quando, no final do espetáculo, ela diz “No fundo, sou apenas um traço no quadro da vida”.
IZAN – Para quem ainda não assistiu
ao espetáculo, o que poderá esperar dele?
SYLVIA – Assistir a um painel rico do século XX,
através da história de vida da Marlene Dietrich, que viveu intensamente.
Você,
que reside na Cidade Maravilhosa ou estará nela em setembro e
outubro, não perca de se emocionar com “Marlene Dietrich – As Pernas do Século”, é curta
temporada, fica a dica Papo de Bem.
Relembre um dos adoráveis trabalhos da
Sylvia em novelas clicando aqui
O livro da atriz ao seu alcance:
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