11 de janeiro de 2025

Flashback: Desabafo de Um Amor que Marcou


Por Lidiane Rocha

Olá, me chamo Lidiane, trabalho na área da beleza, com curso e eventos para cabeleireiros. Já tive amores e horrores, acho que até mais horrores... (Risos.) Aos meus 36 anos, já escaldada das desilusões amorosas, a essa altura já vendo e vivendo tantas desilusões, conheci Kaio, que vive antenado no mundo digital; na verdade, trabalha com isso, ele é um digital influencer, tem uma página através da qual corre atrás de promoções.
Sabe, ele é apaixonado por essa página, acho isso muito bonito, trabalhar para o sucesso da página; mesmo não tendo tanto retorno financeiro, o que ele faz é por acreditar no sonho, como ele mesmo conta que foi um sonho, motivação e amor pela página.
Tudo começou nessa bendita página, já a sigo há algum tempo, até porque promoção é meu sobrenome. Quem não gosta, né?
Nessa era digital, as pessoas estão se tornando cada vez mais ocas de amor, até mesmo o próprio Kaio, da minha idade, meu pudim de leite (assim eu o chamava), postou uma bebida em promoção; eu, nordestina nata, fui logo perguntar se a bebida era boa, pois estava com um excelente preço e isso me chamou a atenção. Ele é muito educado, me respondeu que iria provar e me falaria.
Passaram-se uns dias, eu estava em Petrolina, cidade maravilhosa, a terra do velho Chico, a trabalho. Viajo a trabalho, eu e Deus, às vezes eu e a equipe, e é muito difícil você só por aí, no meio do mundo, mesmo feliz, porque amo o que faço.
À noite, trancada no quarto do hotel, vejo a mensagem de Kaio – eu, a essa altura da noite, sozinha no quarto, eu e Deus e mais ninguém, indo descansar para, no outro dia, enfrentar uma sala de aula. Kaio, com um singelo Boa noite, falando que tinha provado da bebida e não gostou. Aí conversamos até quase as 2 horas da madrugada. Aquele velho começo de tudo: nome, idade, onde mora, do que gosta, o que faz da vida; no outro dia acordei com a mensagem: “Adorei falar com você, bom dia e bom trabalho.”
E assim ficamos, naquela rotina diária de nos falarmos todos os dias. Kaio tem um filho, Álvaro, lindo Álvaro, o amor da vida dele.
Nossa conversa diária foi me encantando dia-a-dia, me apaixonando pelo jeito de trabalhar, pelo jeito de falar, foi me encantando quando me falava de Álvaro, o amor que tinha pelo filho; assim passaram semanas e semanas de conversas diárias, até que marcamos de nos conhecer pessoalmente.
Eu, adulta, superindependente, super bem-resolvida, mas, mesmo assim, me bateu aquele medo de conhecer alguém assim, de conversas de internet.
Fomos a um forró, nordestina nata, né? Amo forró! Só que fui com um grupo de amigos, para me sentir mais confiante perto das pessoas de quem gosto, e era o nosso primeiro encontro, minha primeira vez de conhecer alguém de internet.
Quando vi Kaio, sabe aquela sensação de o coração querer pular pela boca, o frio na barriga, enorme? Eu não sabia se eu corria, se eu abraçava, se eu ficava, se eu chorava... Ele é mais baixo do que eu, quando me viu, fez: “Nossaaaa, como você é grande!”, me abraçou e me deu um beijo daqueles de novela. Naquela hora, pouco me importava quem tava perto, olhando, quem tivesse do meu lado, ali era meu momento, nosso momento. Dançamos muito à noite inteira, foi maravilhoso, mas Kaio, fazendo papel de homem, o instinto, recorreu àquela velha despedida: “Vamos dormir comigo?”.
Na hora me bateu uma insegurança, um medo e olhei para ele, disse que não, que foi mais forte do que eu mesma, querendo, só que o medo falou mais forte. Ele ainda insistiu muito e, vendo que eu não voltava atrás, foi embora com raiva e me deixou lá com meus amigos.
No outro dia, acordo com uma mensagem: “Só queria um motivo, por qual razão você me deu não? Se já temos um tempo conversando com uma certa intimidade, imensa, não sei o que aconteceu com você, estava bastante confiante”.
Respondi que foi medo, angústia e achei a melhor decisão a tomar naquela hora: ficamos nos falando diariamente; a conversa, se tornando cada dia mais intensa, até que, logo no Dia dos namorados, resolvemos fazer diferente: pegamos uma pousada, com direito a vinho, frutas e um monte de mimos. Uma noite maravilhosa, inesquecível, perfeita! E eu, cada dia mais apaixonada, encantada  por Kaio...
Assim foram vários encontros, várias noites, vários amores, e ele, desde o início, disse... ele deixou bem claro: “Não tenho tempo para namorar, tem a faculdade e o trabalho, a página, não vou ter tempo, vamos ver no que isso vai dar”.
Eu???? Iludida, aceitei as migalhas que ele me oferecia, como nossa vida muito corrida, de muito compromisso, chamei-o para ir à minha casa, fiz jantar, arrumei casa, me arrumei só para esperá-lo; em vez de sairmos, ele preferia o conforto da minha casa.
Kaio se acomodou, indo para minha casa sempre às vezes, duas três vezes na semana, sempre dormia comigo, no entanto perdeu aquela vontade de me conquistar, de sair, de se esforçar, porque ele sempre falava: “Vamos ficar em casa, prefiro ir à sua casa”, e a besta aqui acreditava, aí veio minha vida de trabalho, comecei a ficar sem tempo, estressada, Kaio sempre correndo muito com trabalho, página e faculdade. Ele sempre falava: “Tenha paciência...”, eu, canceriana, com paciência?! Nunca nesse Brasil!
Eu sempre querendo, cada dia mais, estar com ele, me esforçando de todas as maneiras, e ele apenas queria um passatempo, mesmo assim foi ficando cada dia mais intensa a nossa relação louca. Brigávamos o dia todo; à noite, quando nos víamos, era aquele abraço de saudade, assim foram passando uns dias, meses e meses, e nada mudava Kaio, sempre com a velha desculpa de não ter tempo; eu sem tempo para esperar o tempo dele, que me falava: “Não me cobre”, sempre conversamos. “Desde o começo, tenha paciência”.
Mas, com o tempo, isso não funciona, vieram as cobranças, as saudades, as brigas, os ciúmes, Kaio sempre sem tempo, mas eu também na vontade de tê-lo eternamente, às vezes até me achava um pouco  incompreensiva: ele chegava e eu via que o cansaço era notório, do trabalho, do dia-a-dia, da faculdade, da página.
Nas poucas horas que ele tinha, era sempre a página em primeiro lugar. Com as cobranças e as brigas que foram cada vez mais graves, fomos nos afastando. Assim fomos deixando de falar um com o outro, até que não nos encontramos mais.
Hoje ainda tenho um amor enorme por Kaio, é inexplicável o sentimento que sinto, embora fazendo meses, aliás, oito meses que não nos vemos, mas sempre que eu ou ele tem algum problema, um procura o outro para conversar, mesmo que por mensagens.
Até hoje, pode ser a hora que for, se eu disser “Preciso falar com você”, ele, na hora, para tudo e vem me escutar e me ajudar a resolver.
Evito ir até lugares em que sei que posso encontrá-lo, tipo você parar de ir ao centro da sua cidade por saber que poderá encontrar o amor da sua vida lá, coisas de mulheres, pois, mesmo passando tanto tempo, não sei qual minha reação ao encontrá-lo sem ser em busca de um ombro amigo.
Até arrumei outro namorado, relação também já rompida, mas vai lá, vem cá, meu pensamento e meu coração estão sempre em Kaio, mesmo tendo a certeza de que a gente não vai dar certo, mas quero vê-lo feliz, independente de se será comigo ou com outra pessoa; quero vê-lo bem, porque o amor é uma coisa injustificável.
É... essa é uma das histórias da minha vida, aliás, a história que realmente marcou a minha vida.

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7 comentários:

  1. Que legal essa história ...
    Mas torço pra q eles se entendam e fiquem juntos ... 🎶🌷🎶👏👏👏

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    Respostas
    1. Nãooooo torce não kkkkk torçe, para que o novo seja bem vindo

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  2. Será que eles ainda ficarão juntos? Pode até ser. Beijos de apreço pela participação!

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  3. Foi uma experiência maravilhosa escrever ❣️❣️❣️❣️

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  4. Está convidada a outras! E que tal ser um membro da página, clicando no botão Seguir, da sidebar? Abraço na alma! Siga a gente, galera.

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