Ele é o criador do Pinoia Filmes, equipe de dublês e atores especialistas em cenas de ação com lutas mais conhecida do país, no âmbito da Internet. Praticante de Kung Fu, Jiu Jitsu e Capoeira. Ator, diretor e produtor audiovisual conceituado, Fillipe Ramos já participou de diversas reportagens, como a do Domingo Espetacular, da Revista do Cinema Brasileiro, do Vittrine, do Tás Aonde, esteve no Interativo, dentre outros interessantes programas.
Morou no Rio de Janeiro, onde atuou em uma
peça de teatro como ator, dublê e coreógrafo de lutas. Ministra oficinas de
preparação de atores para cenas de ação e coordena a própria equipe de dublês.
Começou a gravar ainda na infância. Atualmente, produz ativamente, dando vida a uma nova série. Fã do
cinema de Hong Kong, é um grande conhecedor dos filmes chineses de lutas, tendo
como ídolos e fontes de inspiração Bruce Lee, Jackie Chan, Donnie Yen, Sammo
Hung, Yuen Biao, entre tantos outros.
IZAN SANT – Como era
sua vida antes do teatro, da TV... enfim, do envolvimento com a arte de
representar?
FILLIPE RAMOS – Não me lembro. Desde que me conheço por
gente, a arte de representar faz parte da minha vida, e assim tem sido até
hoje. Foi algo que surgiu muito naturalmente, ainda na infância.
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IZAN – O nascimento do
ator Fillipe Ramos, como aconteceu?
FILLIPE – Eu tinha 12 anos quando surgiram os
primeiros celulares com câmera. A partir daí, comecei a reunir amigos e
treiná-los para participarem de cenas de ação comigo. As produções tímidas eram
postadas na Internet e logo passaram a ter uma repercussão considerável,
atraindo novas pessoas, que me procuravam desejando participar desses vídeos,
formando, assim, a equipe Pinoia Filmes. Em 2008, fiz minha primeira apresentação
teatral com lutas e o resultado foi surpreendente: o teatro do Centro de
Convenções da UFPE lotado e aplaudindo de pé, ao final. A partir daquele
momento, tive a certeza de que era aquilo que eu queria, então passei a
investir cada vez mais nas minhas produções independentes, e o resultado foi a
maior nota da curadoria geral do Festival do Minuto em 2008, dentro da
categoria Melhor Diretor de Recife e Olinda, e mais de duas milhões de
visualizações em nossos vídeos, tornando o grupo o mais famoso do gênero no
âmbito da Internet.
IZAN – Muitos o
consideram um ator completo; este que vos fala, também. E você, como se define enquanto profissional da arte?
FILLIPE – Estou longe disso, sou apenas um
aprendiz. Tenho a honra de trabalhar com muitas pessoas boas e a cada dia venho
aprendendo mais com elas. Posso me descrever como um ator que faz as suas
próprias cenas de risco, além de dublê e coreógrafo de lutas com artes
marciais.
IZAN – Da Internet
para a televisão. Qual a história sobre?
FILLIPE – A internet foi a minha primeira porta e
que me deu abertura a outras mídias. Comecei na TV como dublê de Jeison
Wallace, a Cinderela, em uma série cômica do programa, intitulada “Jackie
Chanha”. A partir desse trabalho, passei a fazer pequenas participações em
diversos programas, e assim tem sido até hoje.
IZAN – Conta à gente um pouco sobre seu trabalho em Direção.
FILLIPE – Nós somos responsáveis pela primeira
série de ação com artes marciais do país, “Luta de Rua”, que conquistou muitos
fãs no país e até fora dele. Após o fim da mesma, gravamos o piloto de uma
segunda série, intitulada “CAOS”, onde fui roteirista, diretor, produtor,
preparador de elenco, coordenador da equipe de dublês e coreógrafo de lutas,
além de ator principal. O episódio piloto está disponível no Youtube, e estamos
em busca de angariar recursos para transformá-la em um produto para TV. (Agora, em 2019, ele está dirigindo a série de ação e espionagem chamada "Soviética".)
IZAN – Os shows
de Stand Up Comedy, de que forma surgiram na sua caminhada?
FILLIPE – Ao ler algumas biografias, percebi que muitos dos artistas que
admiro vieram do Stand Up, gênero de humor em que tudo que você faz e fala é de
cara limpa e com textos autorais, o que o torna muito mais desafiador para quem
o faz. Logo me interessei e passei a ler e escrever meus próprios textos. Anos
mais tarde, dei os meus primeiros passos, e continuo nessa caminhada em
paralelo com minhas produções de ação.
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IZAN – O que gosta de
fazer nas horas de folga?
FILLIPE – Dormir. Ultimamente confesso que não
tenho tido tempo para muita coisa, pois trabalho muito e em diferentes coisas.
Minhas poucas folgas nos últimos meses têm sido para o descanso.
IZAN – Algum ator/ou
atriz, pernambucano(a) ou não, chegou a ser espelho pra você?
FILLIPE – O que faço, até onde sei, nenhum outro
ator pernambucano jamais fez, então não posso dizer que exista um espelho
conterrâneo meu, a não ser os meus próprios atores e dublês, que são
extremamente talentosos e partilham comigo de uma filosofia com raiz no Tao do
Jeet Kune Do, onde o que realmente importa é você conseguir se expressar de
forma honesta e em total sintonia com o próprio corpo, o que é muito difícil e
trás uma enorme grandeza para as cenas.
IZAN – Autores
brasileiros que o seduzem, quais?
IZAN – Celebridades
admiráveis do nosso Recife, ao seu ver. Tem algumas?
FILLIPE – Muitas, o Jeison Wallace, por exemplo,
possui uma generosidade tão grande quanto o talento e prestígio que possui, o
que o torna ainda mais admirável. Também posso citar José Pimentel, que se
transformou em um patrimônio do nosso Estado graças às muitas lutas que travou
e ainda trava em favor dos artistas da nossa terra.
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IZAN – Um personagem
que sempre desejou viver e ainda não o fez?
FILLIPE – Um personagem que possua distúrbios
psíquicos, sou fã de filmes como “Mente Brilhante” e o nacional “Bicho de Sete
Cabeças”. Talvez pudesse interpretar um vilão esquizofrênico.
IZAN – Cite alguns
trabalhos seus, em teatro, TV ou outro, que lhe fizeram muito bem.
FILLIPE – “Primeiro Dia”, “Irmãos em
Des_Controle”, “As aparências Enganam”, “Atlântida: O Reino da Chanchada”,
“Quem Conta Um Conto”, “Parques e Praças”, “Luta de Rua” e “CAOS”.
IZAN – Fillipe Ramos
por Fillipe Ramos?
FILLIPE – Alguém que não mede esforços em
incentivar o cinema brasileiro a apostar na produção de filmes de ação com
artes marciais, mostrando que somos capazes de fazer bons filmes do
gênero.
IZAN – Fechando com
chave de ouro, para amigos e fãs, qual a sua mensagem super do Bem?
FILLIPE – “A arte marcial, assim como qualquer
arte, é uma expressão do ser humano. Algumas expressões possuem sabor, outras
são lógicas, mas a maior parte das artes marciais é uma performance de uma
sequência repetitiva de movimentos mecânicos de um padrão fixo. Isto é
pouco saudável, porque viver é se expressar; e, para se expressar, você precisa
criar. Criação jamais é mera repetição. Lembre-se bem, meu amigo, de que
todos os estilos são feitos pelo homem, e o homem é sempre mais importante do
que qualquer estilo. O estilo conclui. O homem evolui. Então, no fim das
contas, a arte marcial é uma expressão atlética do dinâmico corpo humano. A
pessoa que expressa a própria alma com isso faz algo mais incrível ainda. Sim,
a arte marcial é um desdobramento do que alguém é — sua raiva, seus medos — e,
mesmo sob todas estas naturais tendências humanas (as quais todos nós
experimentamos, afinal), um artista marcial ‘de qualidade’ consegue — no meio
de todas essas agitações — ainda ser ele mesmo. Não é uma questão de
ganhar ou perder, mas, sim, sobre o que se é em determinado momento e em ser
dedicado de todo o coração com este momento em particular, fazendo o melhor
possível. A consequência será do que quer que aconteça. Portanto, ser um
artista marcial também significa ser um artista da vida. Já que a vida é um
processo interminável, o praticante deve fluir neste processo e descobrir,
atuar e expandir a si mesmo.” Bruce Lee.
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Com Mike Chat, ator de artes marciais, famoso por ter interpretado o Power Ranger Azul e por ser o criador do "XMA - Xtreme" |
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