![]() |
(Fotos: Gustavo Bakr e Guga Melgar - Divulgação) |
.
.
A comédia trouxe,
ainda, outros extraordinários atores e atrizes, como Fábio Bianchinni, nas peles de Bobby e Keno, e Sylvia Massari, em Participação Especial como Jeanette, uma
pianista e ensaiadora levemente severa, sem papas na língua.
.
.
.
Os atores ficavam
completamente nus no palco, levando a galera ao delírio, porém não
agressivamente: é ligeiro, de modo bem-humorado e com um certo toque de classe,
na eficiente direção do ator, produtor teatral e diretor Tadeu Aguiar. Ele e Mouhamed Harfouch, em
nome do elenco e da Equipe Técnica, falaram comigo a respeito do musical.
IZAN SANT – Tadeu, de onde partiu a brilhante ideia de
fazer a adaptação dessa comédia que deu origem também ao filme britânico The Full Monty?
TADEU AGUIAR – Compramos os direitos para produzir no
Brasil. A peça já veio pronta dos Estados Unidos em termos de música e texto; traduzimos
e fizemos nossa produção aqui no país.
.
.
IZAN – Você, como diretor, como se sentiu diante de um projeto tão grandioso? Diante do que vi, é uma coisa surpreendente. É Broadway no Brasil, do que estamos precisando.
TADEU – Bom, uma ótima sensação porque, na verdade, eu
tentei desenvolver uma forma brasileira de mostrar um espetáculo da Broadway. E
o espetáculo, realmente, é muito grande, com uma orquestra imensa, vinte
atores... Então nos dá um trabalho danado, né? Com inúmeras mudanças de
cenografia... Mas me sinto realizado com este projeto.
IZAN – Quanto tempo houve de ensaio?
TADEU – A gente não tinha muito
patrocínio, eu não tive muito tempo para ensaiar, porque eu não tinha como
pagar a muitos atores, e é uma produção muito cara. Então nós ensaiamos em
cinco semanas, aproximadamente dez horas de ensaio por dia.
.
.
.
IZAN – Teatro, televisão, cinema. Qual a
sua maior paixão?
TADEU – Acho que todas, porque, na
verdade, cada forma de representar é de uma maneira diferente e apaixonante.
Então gosto de tudo. Mas teatro é de onde eu vim, daí estou fazendo mais teatro
que qualquer outra mídia.
IZAN – Um retrocesso. Em “O Dono do Mundo”, seu personagem polêmico, o Walter, que morre, e a sua esposa, vivida pela Malu Mader, é seduzida pelo patrão dele, o Fagundes, passando a lua de mel com ele... Como foi essa coisa frenética que o Gilberto Braga criou e como você encarou isso?
TADEU – Na realidade, foi
um papel muito importante na minha vida, um papel de seis capítulos e que me
tornou conhecido no Brasil inteiro. Era um papel com uma densidade dramática
muito grande, acho que isso fez com que o Walter aparecesse. E trabalhar com o
Fagundes e com a Malu, isso me deu um prestígio muito grande. Inclusive, a Malu
assistiu ao musical, nós estivemos juntos no dia. Então foi uma grande chance
que o Gilberto e o Dennis Carvalho me deram, que eu soube agarrar e, graças a
Deus, isso tem me ajudado muito em todos os meus trabalhos.
.
.
.
IZAN – Você tem, em mim, um grande fã, ouviu? Este fã quer,
agora, uma mensagem super do Bem do Tadeu Aguiar para o seu público.
TADEU – Bom, minha mensagem de Bem é: faça o Bem, seja ético, que tudo se resolve na vida.
IZAN – Momento Mouhamed Harfouch! Discursa pra
gente sobre os bons adjetivos do Jerry.
MOUHAMED HARFOUCH – Um cara com um coração muito
grande, uma irresponsabilidade que é gostosa... Ao mesmo tempo, ele é
irreverente. Ele tem um senso de maturidade que vai crescendo ao longo do
espetáculo e tem uma capacidade de superação que eu acho que isso é o que
transforma esse cara: de um adolescente, de um cara imaturo pra um homem, que é
quando ele resolve que não vai perder o filho. Então o coração dele é o que tem
de melhor nele. Ele está derrotado, passando por um mau momento, mas o amor faz
ele superar tudo isso.
.
.
.
IS – Há dois personagens seus ligados à ética: o
ginecologista Everaldo, de Verdades
Secretas, e o Jerry. O que acha em relação à ética se
referindo a esses personagens?
MOUHAMED – No caso do Everaldo de “Verdades
Secretas”, ele cometia um ato ilegal. Quando você fala de ética, você tem
moral, tem legalidade, você tem um monte de coisas envolvidas na palavra
“ética, não é só uma terminologia simples. É ampla, mas ali, na novela, ele
cometeu um ato ilegal. O Jerry comete atos amorais, assim: que não são ilegais,
na verdade. Claro que se deixar de pagar pensão, é um ato ilegal, mas ele está
prejudicando a si próprio, muito mais; a si, ao filho e ao amor entre eles do
que aos outros. O Everaldo prejudicava os outros, tirava a vida de seres
humanos, realizando o aborto, e pagou por isso; já o Jerry, através da
amoralidade e da inconsequência dele, ele toma juízo por meio do amor. Enfim,
tem uma diferença entre os dois por aí.
IS – Qual sua mensagem super do Bem para nossa página
virtual?
MOUHAMED – A gente tem uma vida só. O Jerry
fala: “Só se vive uma vez.” E o que
eu digo pra todo mundo é que procure fazer algo que faça seu coração vibrar!
Sem comentários:
Enviar um comentário