O retorno de "Obsessão", com Simone Figueiredo

Marina, a personagem da atriz (Fotos: Divulgação)

O público pernambucano espera carinhosamente, neste Janeiro de Grandes Espetáculos, por “Obsessão”. Da mesma forma como aguarda mais um show, no palco, da atriz Simone Figueiredo e companhia. Simone, linda, loura e poderosa nos expõe, aqui, alguns doces assuntos referentes à peça em mais uma ESPECIAL ENTREVISTA...

BLOG - Você disse, certa vez, que a Simone Figueiredo só retornaria aos palcos quando uma personagem a seduzisse inteiramente. Foi o que aconteceu há uns anos, na estreia de Obsessão, no Teatro Boa Vista, e se repete agora?
SIMONE FIGUEIREDO – Tudo me seduziu nesse processo, um conjunto de fatores: o texto de Carla Faour, que fala  do universo feminino com muita propriedade, competência e humor; a possibilidade de ser dirigida por um diretor consagrado da cena teatral contemporânea carioca, Henrique Tavares, que nos permitiu a troca de experiências entre ele e a equipe do Recife; estabelecer a ponte Rio/Recife com o desafio de produzir num período de crise, sem lei de incentivo e, principalmente pela coragem, minha e dos atores Nilza Lisboa e o saudoso Sílvio Pinto, atores premiados de uma mesma geração do teatro pernambucano, que, juntos, resolveram produzir e atuar, usando criatividade, determinação e amor pelo teatro como elementos motivadores. Hoje, o personagem de Sílvio é do talentoso Paulo de Pontes. Na época, houve a parceria com Ulisses Dornelas, o palhaço Chocolate, o responsável pelo Teatro Boa Vista, o que foi fundamental para a realização desse projeto.
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BLOG – O que mais a cativou em sua personagem?
SIMONE – Marina é uma personagem maravilhosa, uma mulher independente, segura, determinada. Ela é direta, vai atrás dos seus objetivos até conseguir o que quer. É intensa em tudo o que faz. Marina, assim como Lívia, a outra personagem feminina interpretada pela atriz Nilza Lisboa, são as protagonistas dessa história. Sentir e vivenciar o universo feminino e suas possibilidades é um grande exercício para qualquer atriz.
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Simone e Nilza Lisboa

BLOG – Até que grau está ansiosa pela reapresentação de Obsessão?
SIMONE – Sou uma pessoa muito prática em relação a tudo que me proponho a fazer. Como sou a coordenadora de produção, não consigo deixar de me envolver em todos os detalhes da montagem do espetáculo. Na semana da estreia, há poucos anos, finalizei todos os encaminhamentos e repassei aos dois assistentes de produção, Lu Barbosa e Alexandre Sampaio. Pedi para tocarem o barco por um período de 12 dias, para ficar completamente focada na personagem. A estreia foi e essa nova exibição será um grande exercício de alma para mim. Dentro do possível, estou até muito tranquila.
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Henrique Tavares e Carla Faour

BLOG – Vamos relembrar o clima com a equipe toda, os atores, a autora Carla (Faour), o diretor Henrique (Tavares)?

SIMONE – Depois que a ponte Rio/Recife foi estabelecida, o clima foi o melhor possível. Além de Carla Faour e Henrique Tavares, a Luz do espetáculo foi de Aurélio de Simoni, um dos maiores iluminadores do Rio de Janeiro. A programação visual foi de um pernambucano que mora há mais de 25 anos no Rio, Humberto Costa Ribeiro, que fez um trabalho incrível. Possibilitar esse intercâmbio entre estes, os atores e demais pessoas envolvidas no processo com a equipe do Rio, tornou-se muito enriquecedor e gratificante. Estávamos todos muito satisfeitos e confiantes com o resultado do espetáculo. Esperamos que chegue novamente do mesmo modo: prazeroso no nosso alvo, o Público.
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As rivais numa comemoração

BLOG – Obsessão, com uma única palavra, e uma resenha sua, sem entregar todo o jogo da trama, lógico, sobre o que a plateia vai ver, mesmo o texto já sendo conhecido por muitos. Mas uma colocação sua, principalmente aos que ainda não assistiram.
SIMONE – “Obsessão”, paixão! O texto, ele propõe uma reflexão sobre o universo feminino e amoroso. Um espetáculo que irá surpreender, provocar e contagiar. Isso tudo com uma pitada de humor inteligente. Tanto Carla Faour como Henrique Tavares comungaram e comungam da nossa preocupação enquanto produtores: A valorização da dramaturgia brasileira e dos atores recifenses.

BLOG – Uma consideração ao público que tanto a ama?

SIMONE – O Teatro é uma arte que sempre nos surpreende e nos possibilita nos revermos enquanto cidadãos críticos. Deixo para vocês uma frase de Carlos Drummond de Andrade de que gosto muito: “Ir ao teatro é como ir à vida sem nos comprometer.”

Mais uma vez, a intensa Marina